Natureza: um remédio natural para a saúde mental e o cérebro

2024-07-04
Cecilia MoscuzzaPorPublicado porCecilia Moscuzza
Natureza: um remédio natural para a saúde mental e o cérebro
Relaxar ao ar livre não é apenas uma opção agradável, mas também garantia de felicidade e bem-estar.



Num mundo cada vez mais urbanizado e tecnologicamente avançado, o contacto com a natureza tornou-se um luxo que poucos podem pagar regularmente. No entanto, numerosos estudos científicos demonstraram que passar tempo em ambientes naturais tem efeitos profundos e positivos no cérebro humano. Como estar na natureza pode beneficiar nossa saúde mental e cognitiva? Por que deveríamos fazer um esforço consciente para nos reconectarmos com o mundo natural?





Pesquisas recentes descobriram que estar na natureza melhora a capacidade de prestar atenção e concentração. A Teoria da Restauração da Atenção sugere que os ambientes naturais proporcionam uma pausa mental, permitindo que a atenção direcionada se recupere e melhore a função cognitiva. Um estudo realizado pela Universidade de Michigan descobriu que após uma caminhada em um ambiente natural, os participantes demonstraram uma melhor capacidade de realizar tarefas que exigem atenção e memória de trabalho.


Passar tempo ao ar livre também pode estimular a criatividade. Um estudo publicado na revista Plos One mostrou que pessoas que passaram quatro dias na natureza, desligadas da tecnologia, melhoraram em 50% a sua capacidade de resolver problemas criativos. A exposição à natureza parece facilitar um estado de espírito mais aberto e criativo.



O contato com a natureza abre as portas para a criatividade.

O contato com a natureza abre as portas para a criatividade.



Estar na natureza também reduz significativamente os níveis de cortisol, o hormônio do estresse. Um estudo japonês sobre “banhos na floresta” (Shinrin-yoku) revelou que passar algum tempo na floresta reduz os níveis de cortisol, a frequência cardíaca e a pressão arterial, reduzindo assim o estresse e a ansiedade. Além disso, a exposição a ambientes naturais está associada ao aumento da sensação de bem-estar e felicidade.



A natureza tem um efeito calmante e revitalizante que pode combater a depressão. Um estudo publicado no *Proceedings of the National Academy of Sciences* descobriu que caminhadas ao ar livre reduzem a atividade no córtex pré-frontal subgenual, uma região do cérebro associada à ruminação e à depressão. Os participantes que caminharam na natureza apresentaram uma diminuição significativa nos sintomas de depressão em comparação com aqueles que caminharam em ambiente urbano.



Passar um tempo na floresta diminui os níveis de cortisol.

Passar um tempo na floresta diminui os níveis de cortisol.



Alguns estudos de neuroimagem revelaram que estar em contato com a natureza pode mudar a forma como o cérebro funciona. Um estudo de 2015 usando ressonância magnética funcional (fMRI) descobriu que pessoas que passaram algum tempo na natureza mostraram maior conectividade na rede de modo padrão do cérebro (DMN), uma rede envolvida em estados de repouso e processos de autorreflexão. Isso sugere que a natureza pode ajudar a mente a descansar e a se recuperar da fadiga mental.





A evidência é clara: estar na natureza tem efeitos profundos e positivos no cérebro humano. Desde melhorar a atenção e a criatividade até reduzir o estresse e a depressão, os benefícios são numerosos e diversos. Numa época em que o stress e a sobrecarga de informação são comuns, reconectar-se com a natureza não é apenas uma opção saudável, mas uma necessidade para o nosso bem-estar mental e emocional. Incluir passeios no parque, passeios pelo campo ou simplesmente passar algum tempo no jardim pode ser um investimento valioso na saúde do nosso cérebro.

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